segunda-feira, 11 de setembro de 2006

Um dia dá certo

Embora o sol brilhasse esplêndido lá fora, dentro de mim estava escuro e sombrio. É muito complicado lidar com um inimigo invisível. Você olha para o lado e não há nada. Você pára prá pensar e nada povoa a mente, porque simplesmente o problema não está fora, mas dentro.
Tive pensamentos ruins e me culpei por isso. Não pura e simplesmente por tê-los sentido, mas por tê-los aceito como saída.
As razões para deixar de viver, via de regra, são muito egoístas. Me senti fraca por pensar na morte. Uma filha da puta, na verdade. Como posso pensar em deixar de viver momentos tão bons como os que vivo?

Tenho medo do que penso, às vezes. A nossa mente é uma máquina e pode acontecer de ter uma reação na esperada, que não estava explícita no manual de instruções.

Hoje peguei a caneta bic com a qual estava fazendo palavras-cruzadas e enfiei na garganta. Não sei que merda me passou pela cabeça, mas no minuto seguinte me senti tão tola que tive medo de olhar para o lado e encontrar alguém me fitando com ar de reprovação total.

Sangrou muito e está doendo ainda. O médico disse que por sorte não acertei a jugular. Poderia ter morrido. Ele disse que com essas historinhas um dia eu acabo acertando e não vai ter volta. Pensei que é melhor não pagar prá ver.

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