quinta-feira, 9 de agosto de 2007

ser mulher nos dias de hoje

O telefone está mudo. Ligo na Telefônica para verificar os pagamentos estão em dia, apesar de saber que estão. Em um programa de auditório, um dia antes, escuto uma distinta senhora representante do PROCON dizer que a empresa em questão é campeã disparada em reclamações. Tremo. Mas sigo em frente e volto a ligar para a empresa de telefonia. Explico o que me aflige: "preciso do telefone fixo e ele não funciona". Agendo uma visita do técnico da Telefônica para o dia seguinte mediante o pagamento de 4 reais e 35 centavos. "É so pela visita né?". "Não senhora, é uma taxa de manutenção que a senhora pagará nos próximos seis ou sete meses". Um abuso do cacete. Mas não ofereci resistência uma vez que precisava ter a minha linha de volta.

No dia seguinte, o técnico chega às oito e meia da manhã na minha casa. O diagnóstico vem rápido. "Fizeram coisa errada aí". Eu retruquei: "Coisa errada? Como assim?". Esses caras que vem prá resolver problemas sempre ficam com meias-palavras. "Fizeram uma gambiarra quando instalaram". Prontamente autorizei a fazer o que fosse preciso para resolver meu problema. Ele disse que não poderia resolver meu problema, pois roubaram o cabo do telefone. Pediu 100 conto para arrumar e deixou claro que faria uma gambiarra. Eu perguntei se eu tinha cara de idiota e ele se fez de desentendido. Espera aí: primeiro era uma gambiarra e depois não havia mais fio.

Nesse meio tempo, apareceu o zelador. O idiota teve coragem de dizer que fui imprudente em não acompanhar a instalação da linha, há quase quatro anos. Um ultraje! "O quêêêêê????????Então você está admitindo que deveria acompanhar o serviço, pois as pessoas são picaretas e gostam de enganar as outras. Você está pressupondo que o cara que fez o serviço é pilantra". Ele me respondeu "que a vida é assim".

Subi nas tamancas. "Se tem algum sem vergonha aqui esse alguém deve ser você. Aceitar que não podemos mais confiar que um serviço possa ser feito honestamente. Que absurdo!".

Ele ficou me olhando com cara de paisagem. "E eu, como fico com isso tudo? Não entendo de telefonia, só quero que me resolvam esse problema". Começaram a jogar a culpa um para o outro, enquanto o técnico despejava em uma verborragia quais eram os problemas.

"Basta! Você não vai resolver o meu problema?", apontando para o técnico. "Você também não?", voltando para o zelador. "Sumam, então! Sumam!".

Entrei chorando em casa. Ser mulher hoje em dia é difícil.