segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Lula, Fidel e outras cositas más

Com a proximidade das eleições e o aumento considerável do meu ódio certo candidato a presidência, coloco um texto que escrevi no dis 29 de agosto e que fora publicado no blog Pronto para Impressão

Com a saúde debilitada de Fidel Castro é tempo de volvermos nossos olhares para Cuba e fazermos algumas reflexões. A burocratização das estruturas de sistemas de governo socialistas, como é o caso do referido país, servem justamente para conter a prática do patrimonialismo. Ou ainda, conter os ímpetos de manifestação dos próprios desejos quando se dirige um país. O que temos em Cuba é um socialismo e uma ditadura. O diatador Fidel, aprumado em uma estrutura socialista. Um líder burocrático, com claras características patrimoniais. Um líder de um país com uma educação exemplar e uma reforma agrária bem sucedida (que diga-se de passagem é uma articulação extremamente capitalista) e a pobreza igualitariamente dividida. A liberdade de expressão é inexistente e não podemos falar em imprensa articulada em Cuba. Mas como ficou provado no plebiscito feito no início deste século, o governo Castrista tem um elemento que o mantém vivo e forte. Um elemento que o filósofo Gramsci, no início do século passado, batizaria como legitimidade. É o que mantém o Estado em pé. Afinal, o que Cuba é? Vivem regidos pela burocracia ou pelo patrimonialismo?

Legitimidade é a palavra-chave para entendermos o cenário político brasileiro. Lula é um ridículo. Mas é um líder amparado pelo consenso de quem o elege. E "quem" aqui é no sentido de grupo social. Há pouco mais de um mês das Eleições 2006, Lula passeia com seu ar pavonado de vencedor. Um militante que almejou o socialismo, chegou ao governo quando abandonou o sonho e hoje é um líder, em absoluto, patrimonial. Um monarca absolutista. Uma cria de ditador. Pode indagá-lo caro leitor, se seu desejo mais íntimo não seria o poder vitalício? Ele responderá que sim, pode ter certeza. O Congresso nunca foi tão descaradamente patrimonial quanto no Governo do petista. Nunca houve tanta camaradagem nas escolhas de Lula para ocupar os ministérios. E outros casos, que nem sonhamos saber. E nem nunca saberemos.

Dá até prá compreender. Gramsci é o teórico que norteou a formação ideológica do Partido dos Trabalhadores, nos idos dos anos 80. O que esqueceram de falar para o presidente é que a legitimidade a qual Gramsci se referia era num contexto socialista, não em um contexto no qual esta dependeria de conchavos e de ideologias na lata do lixo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho que confessar minha ignorância quanto ao conceito de legitimidade de Gramsci. Mas, no que posso contribuir para a reflexão que o texto esta propondo - ideologías a parte - é que o poder em Cuba tem sua legitimidade na força de uma ditadura truculenta que mantém uma legião de presos políticos e um sem número de exilados ou "refugiados".
Por outro lado o nosso "ditador" é legitimado pela ignorância e pela miséria do nosso povo, ao melhor estilo do poder dos "Coronéis". Esse sim é o grande paradoxo para o qual uma grande parcela de intelectuais, artistas, parte da imprensa e até empresários - conciente ou inconcientemente - tem contribuido para que seja mantido. Preço alto nossas gerações estão pagando pela democracia. Mas, ainda assim acredito nela. Só merece ser livre quem realmente sabe o valor da liberdade. Para isso só temos uma saida.Educação !!! Essa é a grande arma para conquistarmos a liberdade.